Problema: A iniciativa da juventude da cidade, localizada no interior de São Paulo, tem como objetivo combater problemas importantes como o trabalho infantojuvenil semiescravo, o abuso sexual de crianças e jovens, a prostituição infantil e de jovens, a banalização da miséria e da pobreza, o consumo de drogas por crianças e adolescentes e a educação tradicional, em que ocorre apenas a transmissão de conteúdo pelos professores aos alunos e na qual os estudantes são tratados de forma autoritária pela escola. Articulados pelo projeto Cidade Escola, da Rede de Solidariedade de Atores Sociais e Culturais da Juventude, os jovens se reuniram a partir de 2012 para fazer propostas de mudanças ao poder público. A rede reúne diretórios estudantis, alunos e professores da cidade, de jovens engajados em organizações civis e movimentos populares. O principal objetivo é incentivar a discussão, estudo, reflexão e implementação de estruturas necessárias para promover o desenvolvimento integral da comunidade.

Soluções: A rede criou o “Programa SMA e a Juventude”, que estimula um processo educativo mais democrático e autônomo, que ocorre também fora dos ambientes escolares. O programa é dividido em dois núcleos, “Pensamento e Comunicação” e “Conscientização”. Cada um promove diferentes ações, como rodas de encontros, assembleias e oficinas de artes, pedagógicas, de reflexão, de expressão, além de ações culturais, políticas, sociais, esportivas e econômicas. As atividades, como oficinas de danças urbanas, grafite, música e xadrez, acontecem em pontos de encontro, em espaços públicos e também em escolas. Outra forma de atuação é a participação ativa nos Conselhos Municipais, principalmente o dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, da Assistência Social e da Educação, para que as solicitações feitas sejam realmente implementadas. Em 2012, a audiência pública “Políticas Públicas para a Juventude”, na Câmara Municipal, contou com a apresentação de mais de mil propostas para tornar o município um território mais digno, respeitoso e acolhedor para crianças, jovens e idosos. Outra iniciativa essencial do programa é o atendimento a jovens em medida socioeducativa por assistentes sociais, psicólogos, cientistas sociais, pedagogos e professores.

Resultados: Promove o protagonismo, o desenvolvimento integral e a autonomia juvenil. Os jovens começam a se apropriar dos espaços públicos, desenvolvem interesse pelas necessidades da população e se envolvem na busca pela resolução dos problemas. Começam ainda a respeitar as responsabilidades individuais e coletivas. Jovens em medida socioeducativa têm a oportunidade de voltar a se integrar à sociedade.