Problema: O sistema de educação indiano tem vários problemas, como o estímulo à aprendizagem mecânica e à memorização, no lugar do incentivo à compreensão, ao pensamento crítico e à resolução de problemas. Há ainda uma grande preocupação com resultados em testes, enquanto a criatividade é deixada de lado. Muitas crianças abandonam a escola antes de completarem cinco anos do ensino primário. Aquelas que ficam na escola aprendem pouco. Depois de quatro anos de estudos, uma percentagem significativa não sabe ler, escrever ou fazer contas simples. A principal preocupação governamental é a melhoria de fatores quantificáveis, como matrículas e taxas de evasão. Já a qualidade da educação fica em segundo plano. Criado em 1995, o projeto não-governamental tem o objetivo de erradicar o analfabetismo e o ciclo de pobreza na Índia com ações de baixo custo e em larga escala.

Soluções: A organização oferece diferentes tipos de programas educacionais, usando metodologias de ensino inovadoras. Um dos métodos de ensino desenvolvidos pelo projeto é o Camal (Combined Activities for Maximized Learning, ou atividades combinadas para a maximização do aprendizado, em tradução livre). As crianças são agrupadas de acordo com seu nível de conhecimento e não por idade ou série. O ensino é baseado em atividades que envolvem escuta, fala, leitura e escrita. Há atividades individuais, para grupos ou para a sala toda. Para definir o nível do aluno, o professor pede que leia um parágrafo simples. Se ele consegue, passa para um texto mais longo. Se não consegue, passa para palavras e letras. As possibilidades de turmas são: iniciante, letra, palavra, parágrafo ou história. O mesmo tipo de teste é feito em relação a matemática, com o reconhecimento de contas e números. Entre os públicos atingidos pelo projeto estão crianças da pré-escola, adolescentes e jovens. As crianças, por exemplo, aprendem alfabetização e matemática básicas, para que possam chegar mais preparadas ao ensino fundamental. 

Já a campanha Read India (Leia Índia, em português), de 2007, teve como objetivo melhorar a leitura, escrita e habilidades matemáticas básicas de crianças de 6 a 14 anos. Voluntários da comunidade treinados pela Pratham reúnem grupos para atividades nas ruas das cidades. Atualmente, o Read India fornece um modelo adaptável para governos estaduais. Outro programa, Pratham InfoTech Foundation, trabalha desde 2004 para facilitar a adoção da Tecnologia da Informação (TI) na educação e aumentar os conhecimentos digitais dos estudantes.

O projeto atua ainda na defesa dos direitos da criança, abordando a questão do trabalho infantil, comum na Índia, por meio de um programa de extensão que deu origem ao Conselho Pratham para Crianças Vulneráveis. Em 2005, a organização criou um relatório anual da educação, que mostra os problemas e aponta caminhos a seguir. 

Resultados: Crianças que frequentam o projeto são mais propensas a entrar na escola primária do que outras que não tiveram acesso ao programa. Elas ainda se saem melhor do que os colegas nos estudos. O trabalho começou em favelas de Mumbai e se espalhou pelo país. Hoje, a organização é a maior ONG do setor de educação na Índia. Está presente em 21 dos 29 estados indianos e tem a colaboração de governos, comunidades locais, pais, professores, voluntários e membros da sociedade civil. Entre 2013 e 2014, o projeto já tinha a participação de 46 mil voluntários. Já ganhou vários prêmios, entre eles o Wise Awards em 2012. O programa Read India atingiu 33 milhões de crianças por ano em dois anos de intervenção.